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“Uma grande revolução começa com pequenas conversas…”

“Uma grande revolução começa com pequenas conversas…”

Cleide Mello | Analista de Desenvolvimento de Ações Afirmativas e Treinamento em Empresas

A empresa Go Natural Caribe foi idealizada e fundada por Patrícia Grassais, na República Dominicana, em 2011, a partir de um blog que ela havia criado para compartilhar informações sobre os cuidados com os cabelos naturais. Daí surgiu o primeiro salão de beleza e linha de produtos específicos para cabelos afro naquele país, além da oferta de palestras e cursos para pessoas que queiram empreender nessa área. 

Com isso, seu negócio social busca um impacto positivo na vida das pessoas, através da importância de assumir e se orgulhar de seus traços naturais de origem africana. Afinal, o lema da Go Natural Caribe é “lo que nació contigo, te pega”, que significa que aquilo que nasceu com você – sua imagem, sua personalidade, seus traços – é sua essência, e se você assume isso, se empodera. 

Patrícia menciona que, apesar da existência de um movimento dos jovens por mudanças políticas e raciais na República Dominicana mesmo antes do assassinato brutal de George Floyd nos Estados Unidos, havia também um contra movimento dito “nacionalista” que defendia o racismo, já naturalizado naquele país e que tem se tornado mais forte (e agressivo) porque a República Dominicana divide a ilha com o Haiti, recebendo de lá muitos imigrantes negros, o que gera mais situações de violência no país. 

A CEO da GO Natural Caribe, que se considerava uma pessoa ponderada em suas colocações políticas, percebeu a necessidade de ter mais presença e voz, expressando suas opiniões acerca da questão racial de forma mais contundente, até porque também é vítima do racismo estrutural no país onde vive e entende que é nosso dever inspirar as próximas gerações. 

Na esfera profissional, a empresária também tem se engajado na luta antirracista, na medida em que seu trabalho como cabelereira, aparentemente “superficial”, não envolve só o aspecto estético. A opção de sua clientela pela transição capilar vai muito além de modismo, é uma opção política que envolve, antes de tudo, uma mudança de mentalidade. Isso requer que ela se torne uma “psicóloga” e acompanhe esse movimento de forma atenta e com conversas profundas com suas clientes, auxiliando-as em seu processo de empoderamento, principalmente de garotas que desde cedo já querem assumir seus cabelos naturais.

Com relação ao movimento antirracista no âmbito do governo, empresas e sociedade civil, Patrícia Grassais diz que percebe alguma mudança, como, por exemplo, alguns bancos utilizando imagens de negros em publicidade. Ela argumenta, entretanto, que esse movimento se torna ineficaz, fake, se não são tomadas ações concretas nos bastidores, com a correspondente contratação de negros, assim como sua promoção para cargos de liderança. Ela acrescenta que isso exige fiscalização e cobrança dessa população negra que as empresas querem “fisgar” como clientes:  “nossa parte é exigir, ter mais presença e aproveitar o contexto para fazer com que cumpram com suas promessas”, ou seja, que não só digam como provem suas intenções.

Outro aspecto importantíssimo mencionado pela empresária é que, por imposição estrutural, os negros acabaram se dissociando, se afastando, não tendo uma voz conjunta, unida e forte para fazer frente ao poder dominante que, por exemplo, impede que pessoas negras consigam empregos. Segundo Patrícia, “a união fortalece nosso empoderamento, temos que dizer à estrutura de poder o que queremos e porque precisamos”.

Completando sua participação tão emocionante quanto inspiradora, Patrícia Grassais nos indica caminhos para a necessária luta antirracista, não só através da união local, mas com o Brasil e os países da América Latina, que sofrem igualmente com o racismo e uma profunda desigualdade racial há séculos. Para sairmos dessa situação, ela diz que devemos: 

  • entender que fomos minorizados pela estrutura de poder, mas que somos maioria;
  • retirar o véu que mantém nossa cabeça baixa e começar a falar e agir como maioria que somos;
  • promover a aproximação entre países, instituições e suas respectivas comunidades que, de outra forma, não teriam acesso à essa troca de informações por meios próprios; 
  • perceber que o idioma e a distância são barreiras imaginárias, facilmente superadas com a comunicação e a tecnologia;
  • educar as estruturas de poder, pois elas certamente não vão se educar sozinhas.

A CEO Patrícia acrescenta que este caminho já está sendo trilhado a partir de conversas como essa entre a GO Natural Caribe e o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) e suas respectivas comunidades. Segundo ela, não devemos focar em uma grande revolução, mas sim nessas “pequenas conversas entre redes”, que nos aproximam e nos fortalecem e assim, imperceptível e gradativamente, provocam a grande revolução.  Como diz um provérbio africano, quando as teias de aranha se juntam, elas podem amarrar um leão.

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